segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Um poema que fiz há uns 25 anos, em homenagem à minha cidade, Mossâmedes, e ao meu pai, Zu Brandão, que foi prefeito e amava, como poucos, aquela cidade.
Mossâmedes, no começo, em 1772 (eu acho), foi chamada de Aldeia de São José de Mossâmedes.
Aldeia, porque o povoado foi criado para abrigar índios catequisados.
No poema, faço uma pergunta que deve ser feita à várias pequenas cidades: o que é melhor? Viver e morrer aldeia, cidade pequena? Ou crescer, ser maior, correr atrás do "progresso"?
E fecho com uma frase de dupla interpretação:
1) compensa lutar até Aldeia.
2) compensa lutar até... Aldeia.



Aldeia de São José, pra sempre
alheia ao que você é, Aldeia
se as cores que a vida quer, demora
periga perder o mel, abelha.


Serra Dourada
adorada terra
custa falar de amor?
De seu nascente
poente e lua
custa cantar, cantor?
Moça, me diz
Mossâmedes
terra, o que é melhor:
viver aldeia
morrer aldeia
ou crescer, ser maior?


Estrela da minha fé, me guia
Estrada onde ponho o pé, clareia
se o canto que a vida quer, demora,
compensa lutar até
Aldeia.