quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Rafael Barreiros é um dos caras que mais amo, entre as pessoas do bem que conheci no que se chama de cena rock de Goiânia.
Ele tocou com os hoje não tão moleques da banda Engravatados.
E depois foi guitarrear na ChimpanZés de Gaveta.
Fael tem uma formação musical que vai de Baden Powell a Engravatados.. rsrs
Resumindo: o muleke é bão.
Os muleques da ChimpanZés falavam que ele é meu filho, tanto que a gente se parece na inteligência e na beleza.. kkkkkkkkk... fudeu.
Pois o Fael disse que quer fazer uma canção comigo.
Eu aceitei, mas propus: em vez de uma canção, umas canções.
E pedi que ele verificasse se cabe melodia num texto que tá aí pra baixo, que fala do jardineiro que sou.
E tô mandando essa letra que amo, agora, pra ele.
Será que dá samba, Fael?
Se não der, esquece.

Duas Fadas (Hematita)

Uma pedra
hematita
um delírio
nova era
um tango
la cumparsita
uma dona
barbarella.

Umas cores
rainbow, rainbow
uma estrada
vou-me embora
uma chuva
nem me lembro
uma fuga
é agora.

Uma fada
um duende
um silêncio
na chapada
uma gota
nos meus olhos
dois meninos
outra fada.
Eu tinha o CD Enfim Solo, do Sivuca.
Sumiu!
Quem sumiu com ele?
Não vem ao papo.
Hoje tentei baixar o disco, mas não achei.
Baixei então a Canção que se Imaginara, a música que mais mexe comigo no álbum.
Quando minha mãe morreu, digitei a letra e coloquei dentro do caixão, junto com as flores.
Sim, porque a letra parece demais com minha mãe.
Ela era de leão.
E era uma princesa e, como diz a letra do Paulinho Tapajós, "feliz de quem brincou no seu País".
Eu brinquei muito e aprendi tudo que sei nesse País.
Saque a letra.



Canção que se imaginara (Sivuca/Paulinho Tapajós)



Agora era uma história que acabou

mas seu encanto nunca terminou

havia uma princesa

com toda beleza

e a força de um leão.

E era toda feita de canção

e era mais perfeita que a paixão

andava pelos bosques e inventava sonhos pro seu coração.

Feliz de quem brincou no seu País

feliz de quem sonhou o que ela quis...

agora os anjos querem sua voz

ou se cansaram de cantar a sós

(será que foi o rei de tudo que se apaixonou?)

Assim a história terminou enfim

assim pensavam que era o fim

a princesa porém

por gostar de cantar

tinha um encanto que ninguém

jamais irá quebrar.
Letra da música que eu e o Flávio Dell'Isola acabamos de compor.
Eu tinha feito a letra, num dia, entre o bar e minha casa.
Achei bacana e chamei de Uma canção.
Mostrei pro Thiago Faustino e ele disse que tava boa.
Mandei pro Flávio e ele acaba de me enviar a canção pronta.
Esse jeito de fazer música, que eu e o Flávio temos, acho massa.
Ele mora na França. Eu em Goiânia.
Eu posto textos aqui no blog, ele pega lá e faz música.
E vamos nós... rsrs
Das últimas 20 canções que fizemos, pelo menos a metade foi feita via blog..
Essa Uma canção, foi o contrário, como já disse.
Tá aí a letra.
Não costumo gostar do que faço, mas essa eu curti.


Se você me dobra
meu couro de cobra
cobra compaixão.

Se você me chama
meu traje de dama
cobra ilusão.

Se você me atiça
a pele mestiça
cobra mais carvão.

Se a gente adormece
algum deus, em prece,
cobra uma canção.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Seu jardineiro anda buscando flores

novas plantas

novos perfumes.


Seu jardineiro anda querendo chuva

terra molhada

outros costumes.


Seu jardineiro anda ainda mais menino

querendo muito

outro destino.


Seu jardineiro anda mesmo diferente

buscando olhos

querendo gentes.

domingo, 26 de setembro de 2010

A poeta Rita Moreira tem um livro super lindo, chamado Perscrutando o Papaia, lançado pela Brasiliense, numa tentativa de retomada da coleção Cantadas Literárias, que é um dos baratos poéticos mais bacanas que esse Brasil já leu.
Perscrutando o Papaia merece ser lido. É lindo. É de 1999.
Posto dois poemas que tão no livro e que mostram todo talento e sensibilidade da escritora.
Esse primeiro que vou postar, "O Rei...", achei a cara do Kaio Bruno, poeta, músico e agitador cultural.

O rei está para a rã
como a paixão da noitada
para o clarão da manhã.

O cravo está para a rosa
como a poesia rimada
para um dedinho de prosa.

O rato está para o queijo
como a boca machucada
para a saudade do beijo.

Minha alma está para a sua
como o sol, de madrugada,
quando se encontra com a lua!



Mais um poema só: Rosca e Rã:

Achavas minha vida glamurosa
eu via tua vida flamboyant.
No entanto nosso sonho cor-de-rosa
virou essa coisa tosca,
malbaratada e malsã:
teu parafuso não encaixou na
minha rosca,
e a minha mosca
escapou
da tua rã.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Poerminha que "fiço" pro meu amigo e ídolo Diego de Moraes, ou Diego Mascate, ou Valdi, ou Diego Leigo, ou.. ufa! O Don Diego.

Um diego laico
um diego prosa
um diego estranho
um certo diego.

Um cantor mascate
um cara sem jeito
um cara sem tempo
um certo sujeito.

Um sujeito massa
dono do sossego
que trafica sonhos
: o diego leigo.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Eu tava falando no twitter, que adoro o closed caption.
Fico vendo aqueles filmes chatos, e o que me salva é esse tal CC.
Carai, cada palavrinha vasta no nosso idioma fácil.
Barulho de fogo, por exemplo, é crepitação.
O ator pisa numas folhas secas e aparece escrito: folhas farfalhando.
Cara, é o máximo.
Um dia eu fiquei anotando as palavras.
Amei.
Como disse no twitter: a coisa mais massa que tem na TV é o closed caption. Cada palavra, véi! Parece que tô noutro tempo, fora de moda, rococó, art dèco... rsrs